Drones ganham força e modelos
O PhotoImage Brasil, evento sobre fotografia e vídeo que aconteceu em São Paulo até a última sexta-feira
O PhotoImage Brasil, evento sobre fotografia e vídeo que aconteceu em São Paulo até a última sexta-feira (30), trouxe novidades em muitos ramos do mercado da imagem, mas talvez nenhuma tão surpreendente quanto as sobre veículos não-tripulados. Conhecidos popularmente como drones, eles foram o destaque do evento.
Confira a galeria de fotos do PhotoImage Brasil 2013
As novas máquinas são ideais para captura profissional de imagens, e não necessariamente têm preços estratosféricos – a mais econômica delas, a DJI Phantom, sai por volta de R$ 2.650 -, embora o modelo mais avançado passe facilmente de R$ 60.000. Em comum, todas são multicópteros com um poleiro (chamado “gimbal”, no caso) em que é montada uma câmera fotográfica, controlada via rádio em modelos mais chiques.
Uma peculiaridade desse mercado é que, ao contrário dos mais estabelecidos setores de câmeras e impressoras, não há uma padronização completa das máquinas oferecidas. A imensa maioria dos drones é comprado e montado componente por componente, e mesmo quando vêm em kits completos ainda apresentam um aspecto improvisado, com cabos e circuitos expostos. Tulio Galvão, representante da DJI no Brasil, explica o motivo: “Como estamos abrindo esse mercado agora, não há demanda suficiente para produção em escala. Tudo é encomendado, cada cliente prefere uma construção diferente, então é preciso montar as máquinas individualmente”.
Excluindo-se as máquinas para iniciantes, que vêm com todos os componentes embutidos, o usuário interessado em progredir para drones mais capazes precisa escolher tudo: material e número de hélices no corpo, sistema de Inteligencia Artificial para vôo, tipo de antena, tipo de bateria, câmera apropriada, gimbal mais adequado, sistema de piloto automático, GPS, controle remoto, carregador, etc. Em muitos aspectos, o processo lembra a montagem de computadores mais personalizados, em que o comprador deve selecionar cada componente de acordo com o dimensionamento que deseja.
O lado positivo dessa complexidade é que, por serem montáveis, o usuário pode melhorar seu drone uma peça de cada vez, sem ter que desembolsar fortunas de uma vez só, e inclusive pode reutilizar peças que comprou anteriormente em novos modelos. Embora cheguem a custar dezenas de milhares de reais, os drones de cada usuário podem ter seus investimentos priorizados de acordo com a finalidade: fotógrafos podem gastar pouco em duração de vôo e alcance e reverter o dinheiro para sistema de estabilização e câmeras mais eficazes, enquanto jornalistas podem usar câmeras GoPro em drones cujo principal elemento seja resistência contra impactos ou sistemas de transmissão de sinal em tempo real. As possibilidades são muitas: cientistas podem trabalhar com sensores acoplados, oficiais de segurança pública podem equipar armas de dispersão – há componentes dos mais diversos.
Abaixo, segue um pequeno guia de compras com veículos completos, prontos para os interessados, mas é bom lembrar que o comércio dessas peças ainda é inicial – muitas delas só vêm ao Brasil por encomenda, outras demoram meses para chegarem e são taxadas enormemente.
O drone mais simples: DJI Phantom
Quatro hélices, apoio para câmera GoPro ou similar, autonomia de vôo de 8 minutos – esse é o DJI Phantom. Descrito pela importadora como “a máquina ideal para aprendermos a voar”, o Phantom justifica esse título com seu corpo robusto, que “suporta quedas de mais de 10 metros” sem sofrer avarias estruturais. Seu revestimento de plástico é uma característica peculiar entre os drones pois diminui o tempo de vôo ao acrescentar peso à construção. Por outro lado, sucessivas quedas de poucos metros, que normalmente destruiriam equipamentos mais complexos, não representam grande ameaça, e o usuário pode testar técnicas de navegação sem medo de perder o investimento.
Este é o único drone completo de fábrica apresentado no PhotoImage Brasil, e demora apenas 20 minutos para carregar em uma tomada comum. Sem mecanismos adicionais de estabilização de vôo ou câmera, o aparelho usa a Inteligência Artificial Naza-M e um GPS embutido para compensar ventos e interferências durante o vôo. Sua principal fraqueza se dá em termos de feedback: vem com controle remoto sem reprodução de vídeo nem câmera embutida, o que forçará o usuário a realizar apenas vôos em sua linha de visão. Por outro lado, sua inteligência de navegação tem função de auto-retorno para o ponto inicial de vôo, essencial em momento nos quais o sinal do controle é interrompido. Isso é feito em linha reta, depois de uma elevação de 20 metros sobre a posição do drone no momento da desconexão.
O Phantom será vendido no Brasil pelo CaracaShop a partir desta semana, e seu preço inicial será de aproximadamente R$ 2.650 (sem câmera inclusa, é bom lembrar). Idealmente, os interessados devem adquirir também um kit de proteção de hélices, pois elas ficam expostas a impactos na versão padrão do equipamento.
Adaptável e com preço humano: D.Hexa Pro
O D.Hexa Pro, da D.Drones, já está incluso no universo de drones adaptáveis, para quem já tem experiência com esse tipo de máquina. Ao contrário do Phantom, este hexacóptero não tem revestimento protetor nem antena embutida, e por isso deve ser controle com muito mais cuidado. Sua vantagem, neste momento, é ser vendido como kit fechado, “pronto para vôo”, por um preço mais próximo do consumidor final: R$ 8.700 no e-commerce da D.Drones.
Ele tem significativos upgrades sobre o Phantom em todos os setores, desde o tempo de vôo (até 15 minutos) até a transmissão de vídeo em tempo real, realizado por uma combinação de câmera no corpo do drone e monitor de LCD de 7 polegadas acoplado ao controle remoto. Com 65 cm de diâmetro e 2,5 kg de peso total, pode carregar minicâmeras em um gimbal estabilizador que remove grande parte do tremor de vôo, e seu sinal atinge 800 metros reais.
Em combinação com seu número elevado de hélices e sistema de navegação adaptado ao território brasileiro, se apresenta como alternativa acessível para quem deseja filmar ou fotografar fotos aéreas.
No topo da cadeia alimentar: DJI S800 EVO Total Solution
O drone hexacóptero monstruoso da foto acima, do tamanho de uma mesa de centro, é o S800 EVO Total Solution, da DJI. Possivelmente o kit “pronto para vôo” mais completo no mercado brasileiro hoje, cada peça é feita apenas por encomenda, com entrega chega a demorar 4 meses. Seu preço, da mesma forma, não deixa dúvidas sobre suas capacidades: com todos os periféricos, chega a valer mais de R$ 60.000.
Todos os seus sistemas são o melhor que o mercado pode oferecer no momento: sua Inteligência Artificial Wookong-M, além de compensar variações de vôo até mesmo em ventos velozes ou quando uma das hélices para de funcionar, tem sistema de auto-retorno que refaz o exato traçado aéreo do drone para evitar colisões acidentais; seu gimbal Zenmuse Z15, além de segurar câmeras maiores e oferecer liberdade de rotação durante o vôo, pode ser controlado separadamente, para que uma segunda pessoa atue como cameraman enquanto a primeira controla o drone; com pés retraíveis durante o vôo, nunca interfere na visão da câmera; seu controle, com duas antenas, pode acionar as configurações da câmera em pleno vôo e receber feedback integral da captura enquanto o equipamento voa.
O equipamento tem autonomia de vôo de 12 minutos e pode carregar até 3 kg de equipamento. É altamente customizável, mas sua venda depende de contato direto com o CaracaShop.