Agente de trânsito voador
Cientistas brasileiros criam microcóptero autônomo para monitorar as condições do tráfego em cidades e rodovias
No futuro, viajar para a praia nos feriados poderá ficar menos estressante com a ajuda de um microcóptero que alerta sobre acidentes e pontos com lentidão nas rodovias. A ideia é de pesquisadores brasileiros, que criaram um pequeno helicóptero capaz de funcionar como agente de trânsito. A máquina tem sensores, câmeras de alta resolução, GPS e tecnologias de comunicação sem fio. Uma vez que a próxima geração de carros deverá ter conexões Wi-Fi, 3G ou 4G como opcionais, o microcóptero surge como um sofisticado meio para a troca de dados entre os automóveis em ruas e estradas. O equipamento faz voos autônomos e pode alertar sobre situações de risco à frente do motorista. Com duas baterias de lítio e voando a 40 km/h, ele pode percorrer até 20 quilômetros (10 de ida e 10 de volta, até a base de onde decolou). Em caso de acidente, a máquina informa as condições do tráfego no caminho para que os veículos evitem o local. "É como colocar um olho a uma altura entre 200 e 400 metros para orientar os veículos no solo", afirma Jó Ueyama, professor da Universidade de São Paulo responsável pela pesquisa. A cidade de São Carlos, no interior de São Paulo, tem um microcóptero para monitorar rios e avisar sobre enchentes. Sensores no fundo dos córregos medem a pressão da água e enviam as informações a uma base de dados para calcular a probabilidade de ocorrer uma cheia. Junto do sistema, o microcóptero ajuda a desviar o trânsito das áreas alagadas. "Uma rede de microcópteros é uma ótima opção para monitorar o trânsito e as enchentes em São Paulo", afirma Ueyama. Em caso de desastre, o sistema capta os dados e os envia para centros de informações de tráfego, a fim de minimizar os efeitos da situação em um curto espaço de tempo. Segundo o professor, concessionárias de rodovias já têm interesse no equipamento para monitorar a vegetação no entorno das estradas e reduzir gastos. "A máquina pode percorrer uma área de cobertura e verificar a altura do mato. Assim, evita-se o corte desnecessário", afirma Ueyama.